Filippo Macchi, Country Manager da Sicily by Car em Portugal, revelou, em entrevista ao TNews, que pretende lançar, no próximo ano, um novo produto de aluguer a médio prazo, para garantir que os clientes possam usufruir do carro por mais tempo “sem ter uma obrigação financeira com os bancos”.
Recentemente, a Sicily by Car abriu um novo balcão em Lisboa e prevê inaugurar um novo espaço no aeroporto do Porto até junho. Em 2026, o rent-a-car italiano espera abrir novos balcões no centro do Porto, no Algarve e na Madeira, através de um investimento de 50 milhões de euros. Além disso, o responsável adiantou que estão a acompanhar de perto uma possível expansão na Comporta.
“Estamos a estudar o mercado português, a conhecer os perfis dos nossos clientes e a perceber as suas vontades. Para já, queremos reforçar o mercado local, que será, na minha opinião, o futuro do setor. Vamos continuar a investir de forma saudável e consistente”, referiu Filippo Macchi quando questionado sobre os principais objetivos em Portugal.
Quanto à nova loja em Lisboa, o responsável considera que esta abertura foi “fundamental” para a marca, afirmando que a Avenida António Augusto de Aguiar “não é uma morada qualquer”. “Estamos no coração de Lisboa, com uma ótima capacidade logística e uma infraestrutura acima da média, especialmente quando comparada com a concorrência. Com esta abertura, conseguimos apostar no brand awareness, graças à visibilidade da loja para o exterior – que é realmente impactante.”
Filippo Macchi dá nota que a proximidade do aeroporto de Lisboa ao centro da cidade faz com que muitos clientes “prefiram utilizar um táxi ou Uber para a primeira deslocação e só alugar um carro depois de estarem instalados nos seus hotéis”.
Segundo o responsável, a receção do mercado português à Sicily by Car tem sido “muito boa”. A marca tem registado uma “taxa muito elevada de clientes” que repetem o aluguer, num momento em que a competitividade “é muito forte”, nomeadamente “do ponto de vista das tarifas”.
“Acho que a nossa rent-a-car não deve competir com outras marcas que aplicam preços abaixo do saudável. A Sicily by Car investe, paga ordenados e oferece um serviço justo, que deve ser reconhecido. Por esse motivo, acredito que a proximidade com o cliente e a boa relação qualidade/preço são fatores-chave para o negócio”, referiu, salientando que o cliente “prefere pagar levemente mais para obter um serviço melhor”.
Quanto aos principais mercados, a Sicily by Car recebe muitos turistas, principalmente brasileiros, bem como muitos emigrantes que voltam a casa e percebem que a propriedade de um carro “é algo que futuramente deixará de existir”. Já o número de clientes portugueses também é “surpreendente”.
“É evidente que o nosso setor não consegue gerir bem a mobilidade elétrica”
Sobre os desafios crescentes da sustentabilidade, Filippo Macchi deixa claro que este “é um assunto polémico e que gera muitas discussões”. “Não gosto de hipocrisias, é evidente que o nosso setor não consegue gerir bem a mobilidade elétrica, não só por falta de infraestruturas, como também por falta de experiência dos utilizadores.”
Para combater esta adversidade, a marca faz questão de comprar carros híbridos e plug-in. “É necessário que haja um entendimento de todo o setor da mobilidade face a esta questão”, frisa.
Desconfiança é um dos principais desafios que preocupa a Sicily by Car
Filippo Macchi identificou a desconfiança como um dos principais desafios verificados no mercado português e no estrangeiro. “Há uma tendência que me preocupa que passa pela desconfiança por parte dos consumidores”, revelou, considerando que as rent-a-car são muitas vezes vistas como empresas que “procuram cobrar algo ‘indevido’ aos clientes”.
Isto, segundo o Country Manager, faz com que os clientes tenham sempre o hábito de verificar ao pormenor o carro e, às vezes, até chegam a tirar fotografias e gravar vídeos no ato do levantamento. Com isto, Filippo Macchi quer diferenciar-se na “transparência”, sugerindo a todos os clientes da marca que leiam atentamente as condições, ouçam as indicações dos rececionistas e contratem um seguro contra todos os riscos – algo que os portugueses começam a fazer.
by TNEWS