Pessoas que continuam a fazer o que sempre fizeram porque sempre o fizeram, sem saber a razão de o fazer! E, como me dizia um administrador de uma empresa para a qual trabalhei, “se a única razão que alguém dá para fazer algo é porque sempre o fizeram, então está errado”.
Pessoas que se foram auto limitando na sua capacidade de observação e comentário, porque, muitas vezes, ouviram dizer “não está cá para pensar, está cá para fazer” … perdendo assim a análise crítica e deixando passar a possibilidade de melhoria e inovação, ou mesmo de resposta a um problema de um cliente que saia do “normal”!
Pessoas, que por terem quem lhes diga, “calma, vai com calma”, se fecham no seu espaço de ação e ficam, por vezes, à espera que venha uma “luz ao fundo do túnel” e conforme o tempo vai passando, vão ficando menos participativas e ficam… à espera!
O que podemos fazer?
Temos de partilhar o pensamento estratégico, temos de estar atentos ao mercado e ir ajustando o que somos e fazemos.
A visão e missão das empresas têm de ser conhecidas por todos, têm de ser partilhadas por todos. Temos de saber TODOS o que fazemos e para quem fazemos, quem é o nosso cliente, como prestamos o serviço que prestamos, como nos posicionamos.
Costumo sugerir, quando dou aulas de estratégia, um vídeo da ALOFT que mostra bem o que é ter equipas que sabem o que somos e o que fazemos. Acho que todos nós deveríamos ter um filme destes ou, no mínimo, fazer uma receção a novos colaboradores em que lhes explicamos e fazemos sentir o que somos.
Quantos são aqueles que trabalham nos nossos hotéis e nunca viram um quarto? Ou que trabalham na receção e têm de “vender” um restaurante que nunca experimentaram? É importantíssimo conhecer o “onde entra o que eu faço”, “para que serve o meu trabalho”, “como é que vai ser utilizado e em prol de quê”.
Se as nossas equipas souberem o que somos, diria mais se nós soubermos bem o que somos, podemos definir à partida quais as características mais importantes para constituir as nossas equipas! Conseguimos contratar (com todas as dificuldades que temos hoje em dia de falta de mão de obra) melhor e, principalmente, atrair quem se identifica connosco e nosso posicionamento!
E o conceito não é apenas crucial para as equipas, é indispensável na relação com os fornecedores, para que também eles, possam sugerir inovação e melhorias dentro do que procuramos fazer.
Sabendo o que somos (missão), podemos definir objetivos, que têm de ser partilhados por todos, objetivos (SMART) que nos vão obrigar a definir planos de ação, que nos vão permitir analisar e corrigir constantemente. Que nos vão ajudar a estar sempre na “crista da onda” e não ficar para trás.
E como dar a volta?
É curioso que em alguns hotéis por onde passei, um deles que vinha de administração judicial (processo de falência), a maioria das pessoas que lá estavam “respiravam o hotel”, mais do que “vestir a camisola” tinham-na colada ao corpo! Precisavam de uma mudança de atitude, precisavam de saber para “onde vamos” e qual o caminho a seguir, queriam saber a resposta à pergunta:
– E eu o que posso fazer para ajudar?
A partilha de objetivos com ferramentas como o Balanced Scorecard e a análise mensal de P&L, a formação on the job junto com formação comportamental, o management by walking around, podem ajudar a que cada um perceba o seu papel e como pode ajudar.
Uma empresa que se queira inovadora, tem de incentivar as ideias, tem de testar, tem de correr alguns riscos e tem de encarar o erro, como parte do processo de aprendizagem.