Postado em terça-feira, 13 de maio de 2025 07:43

Para assinalar o 4º aniversário do TNEWS, lançamos uma rubrica especial que reúne vozes do setor do turismo. Convidamos personalidades a refletirem sobre o futuro do turismo em Portugal, respondendo à seguinte questão: “Se tivesse poder sobre o país por uma hora, qual seria a decisão que tomaria para o setor do turismo?”

Por Carlos Costa, Executive Partner da IHSP e da SobreTUR, e presidente do Conselho Geral da ESHTE

Para ter efetivo poder sobre o país teria de ser Primeiro-Ministro, algo que nunca acontecerá, pelo que me reconduzo ao mero exercício teórico.  

Questões de partida: O Turismo é realmente estratégico e de importância transversal para o desenvolvimento da economia portuguesa? Sim. O Turismo em Portugal tem vantagens competitivas face a outros setores? Sim. O Turismo é a 1.º atividade exportadora nacional? Novamente sim.

Então temos de ser consequentes: a decisão que tomaria seria a de outorgar ao Turismo o peso político que lhe é devido (não confundir com Ministério do Turismo). A ação política do Governo assumiria, sem complexos, o Turismo como prioridade económica, conferindo à constelação de sectores que integram esta atividade económica os instrumentos legais, os meios humanos e os recursos financeiros necessários ao seu desenvolvimento sustentável e de qualidade.

Um Executivo que, no seu todo, encarasse o Turismo como o alfa e o ómega da ação governativa – sem menosprezo pelas demais áreas da governação – estaria capacitado para aprovar medidas e implementar decisões em tempo útil com efeitos sobre as suas múltiplas dimensões: nas infraestruturas de transporte aéreo, viário e ferroviário; na qualificação da oferta de alojamento; no marketing/promoção; na formação inicial de recursos humanos e contínua de profissionais turísticos; no ambiente, planeamento e ordenamento do território; nos transportes e acessibilidades; na fiscalidade; no património cultural.

Fica a dever-se à subestimação política desta atividade, ao longo de décadas, o adiamento de decisões estratégicas, de que são exemplo, entre outras, a localização do novo aeroporto de Lisboa, o abastecimento vital de água à região do Algarve, a construção de alojamento em destinos turísticos ou o lançamento de uma campanha de valorização e dignificação social dos profissionais de turismo, visando a retenção e atração de novos talentos.

Em Conselho de Ministros nenhuma decisão seria tomada sem avaliação de impacto, na salvaguarda dos interesses do Turismo.

 

by TNEWS