Fevereiro de 2020

Para mim, a rede-T veio revolucionar um pouco esta indústria, potenciando a partilha de trabalho e pondo em contacto os profissionais e as entidades patronais de uma forma mais simples e rápida. Na era das tecnologias e à distância de um clique, temos milhentas oportunidades.

Iolanda Lourinha

Treasure

  • 40 ml Beefeater London Garden
  • 15 ml Martini Riserva Rubino infusionado com alecrim (48h)
  • 20 ml Cordial de lima
  • Perfumar com uma zest de laranja
  • Pulverizar com Mezcal Monte Lobos

Técnica utilizada: Throwing

Garnish: Folha de Nasturtium

Barmaid Iolanda Lourinha

Sempre fui muito independente, e estava constantemente a tentar arranjar forma de ganhar o meu dinheiro. Desde ser babysitter, até passar a ferro a roupa de família e amigas da minha mãe.

Nunca estudei hotelaria, nem sequer imaginava que esta viria a ser a minha profissão. O meu background é bem diferente, assim como muitos colegas.

Comecei nesta área por diversão, e porque dava jeito ter alguns trocos para sair durante o verao; e posteriormente para ajudar a pagar a faculdade. Consegui juntar o suficiente pra pagar 70% do valor do ano seguinte.

A convite de um amigo, iniciei como empregada de mesa/barback num pequeno bar na Póvoa de Varzim no verão de 2009.

Curiosa como sou, estava sempre a ver o que os colegas faziam, como preparavam os drinks, tudo o que envolvia o funcionamento do bar. Aprendi muito a ver os outros trabalhar.

No verão de 2010, novamente a convite de um amigo, passo para o ambiente de discoteca. E é no clube atlântico em Mindelo, que tenho o meu primeiro trabalho como barmaid. Começo só como reforço de verão, mas acabo por ficar por 3 anos no clube.

Por uma questão geográfica, e de querer ganhar um pouco mais, tento a minha sorte para a baixa do Porto, e após um trial consigo ligar na equip do baixa bar. A baixa do Porto ainda estava em desenvolvimento, não haviam muitos bares, e pouco ou nada se fazia de coquetelaria. Pelo meio fui fazendo eventos, e tudo o que me ajudasse a ter mais dinheiro pra pagar a faculdade.

No verão de 2015, conheço o Miguel Camões que me dá a oportunidade de trabalhar no the gin house, local onde me encontro até hoje.

Como disse antes, o meu background nada tem que ver com hotelaria; na faculdade iniciei com o curso de química, logo a seguir ciências e tecnologia, e terminei com o mestrado em toxicologia e contaminação. A ciência faz parte de quem sou; a busca de conhecimento, o querer saber sempre mais; daí ter seguido investigação científica e ter investido nesse campo. Consegui conciliar as duas profissões durante muito tempo, até que terminado o mestrado deparei-me com “a” decisão, e agora o que faço?! Tentei manter os dois mundos o máximo de tempo possível, mas chegou a altura em que tive de optar, e o bartending falou mais alto.

Hoje em dia não me arrependo de nada. O caminho que me trouxe até hoje, foi porque de alguma maneira tinha de acontecer. Não mudava o meu percurso, pois deu-me skills únicas, mas se calhar abordava o bartending de outra forma.